Dora
Professora Elaine Lacerda e o Ilustrador Augusto Miranda
Ao ler Dora através da poesia de Elaine Lacerda e ilustrações de Augusto Miranda, também ouvi a voz de milhões de mulheres que vivem e lutam por um mundo melhor que começa no sonho de um lar.
Poema simples que alivia e dói na nossa alma em conflito com o cotidiano.
Você que tem este livro nas mãos, deixe que as palavras percorram teus olhos feito quem olha por cima dos muros a procura de novos horizontes.
Sérgio Vaz - poeta, escritor, agitador cultural.
Elaine Lacerda é contadora de histórias das boas. Apaixonada pelos livros infantis, agora vem nos brindar com essa linda poesia, fazendo par perfeito com as ilustrações de Augusto Miranda.
Neste livro tão delicado, Elaine nos apresenta Dora, uma personagem que é mãe preta e periférica, que batalha todos os dias pra sustentar sua família, que sai cedo para o trabalho e precisa deixar seus filhos aos cuidados de outros. Essa Dora, que representa muitas outras mães, busca uma forma carinhosa de ser lembrada por seus filhos, uma vez que sai de casa na alvorada e só volta com a lua já alta no céu.
Quando Dora faz o café pela manhã, posso sentir o cheiro saindo do papel. Posso me lembrar de uma Dora muito especial, que um dia passou pela minha vida, que já chegava em casa pedindo café e que também gostava de cuidar e organizar.
A Dora deste livro também me levou lá pra minha infância, quando eu acordava de manhã, muito cedo, sentindo o cheirinho do café que minha mãe coava para o meu pai, antes de ele ir pro trabalho e então eu voltava a dormir, com aquele cheiro de conforto.
Dora tem como companhia o sabiá, que anuncia a chegada da primavera e vai despertando todas as manhãs outras tantas Doras, Marias, Franciscas, Joanas, Augustas, lembrando que o dia já vem claro e é preciso recomeçar.
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Suzi Soares, produtora cultural e cocriadora do Sarau do Binho
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