...
A lua ocultou na noite
num silêncio arrepiante,
nem mãe da lua cantou
o seu canto agonizante,
porém meu pai já sabia
do massacre fulminante.
A noite explodiu em fogo
sacudindo a nossa aldeia.
Um velho fugiu gritando:
“A situação é feia!
Perna para que te quero,
pois, nela não uso peia”.
...
...
Ele abraçou Guaracira
e pegou na minha mão.
Descobri que o homem era
candidato à eleição,
para primeiro prefeito
da pequena região.
— Vim procurar no Pajé,
ajuda espiritual
para a campanha política.
É poderoso o rival,
homem de muita influência
lá na esfera social.
...
Prefácio
Os povos originários iniciaram uma interminável luta pela sobrevivência, desde o primeiro dia da chegada dos colonizadores. Uma luta para proteger: a vida, a cultura, a liberdade, a dignidade e o meio ambiente. Passaram-se mais de quinhentos anos e a luta ainda continua. Novos interesses, demandam atividades de extrações da terra, provocando estragos relevantes ao meio ambiente: a fauna, aos rios e a saúde do que ainda resta desse povo originário.
Mas o que importa aqui é falar sobre um período relacionado ao assunto: Ervateiros. Nesse tempo, o principal interesse dos colonizadores era a planta da erva-mate que, se tornou, na época, um comércio promissor. Milhares de hectares de terras devolutas foram transformadas em grandes ervais. Na atividade de extração dessa erva, terras e aldeias foram invadidas pelos colonizadores denominados “Ervateiros”, e muitos indígenas explorados e submetidos a trabalhos em condições análogas à escravidão.
“... Eles eram proibidos de deixar os ervais, tendo seu “pagamento” efetuado em mercadorias do armazém da Companhia.”
O chimarrão é uma herança dos povos originários?
“É importante mencionar que a descoberta da erva-mate pelos colonizadores espanhóis se deu nas terras de Guayra (atual estado do Paraná). Os indígenas ingeriam uma bebida feita com folhas fragmentadas e água quente, e que eram tomadas num pequeno porongo utilizando um canudo de taquara, em cuja base havia um trançado de fibras que impedia que as partículas das folhas passassem (LESSA, 1986). A partir daí, os colonizadores entraram em contato então com a “caá-i” (que significa “água da erva”). O chimarrão é uma herança dos índios guaranis que habitavam o território do que são hoje a República do Paraguai e o estado do Paraná, e difundida pelos padres jesuítas, no tempo das Reduções.”
Não tenho lembrança, alguma, de ter tomado conhecimento desse assunto nas aulas de história, durante toda a minha vida de estudante, razão pela qual julguei necessário incluir esse prefácio.
A minha história de cordel começa, exatamente num tempo em que esse comércio de ervas estava no auge. Os personagens indigenas convivem, vivem e fogem dos conflitos com esses Ervateiros.
Autor
https://www.fiepr.org.br/sindicatos/sindimate/historia-do-chimarrao-1-23683-212590.shtml#:~:text=%C3%89%20importante%20mencionar,tempo%20das%20Redu%C3%A7%C3%B5es..
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