Era uma vez na floresta
Um grilinho falador
Que encantava os ouvintes
Com seu dom de orador,
Mas além de bem falante
Também era um bom cantor.
Certo dia sem querer,
Estando longe de casa
Tomou chuva avoando
E para secar a asa
Foi esconder-se num oco
De profundidade rasa.
O Cricrilim não sabia
Que naquele oco rasinho
Do tronco da velha árvore
Morava um bicudinho
Chamado de pica-pau
Com cara de cruelzinho.
Como todo bom cantor
O grilinho acomodado
Abriu o bico e cantou
O seu belo cricrilado,
Sem saber que alertou
O tal pica-pau malvado.
Pica-pau chegou valente
Cravou o bico no grilo
Igual cão em carne seca.
Por causa desse vacilo,
Ficou o grilo, enrascado
Naquele novo asilo.
...
Como é que o Grilo vacilão vai sair dessa enrrascada?
Trecho de mais um cordel da coletânea: A fadinha Lara e a pedra estrelada
...
Era uma vez... Eu já estava
Dormindo e ressonando
Na rede da minha sala,
Quando ouvi alguém chamando:
“Vovozinho Dubidú,
Você está me escutando? ”
Assustei-me, ainda ouvindo
Aquela doce vozinha
Que vinha da minha estante,
Onde brilhava a pedrinha.
Olhando mais de pertinho,
Vi lá dentro uma fadinha.
— Vovozinho Dubidú
Você está me ouvindo?
— Estou ouvindo e vendo,
Mas eu devo estar dormindo!
Também não sou Dubidú,
Deve estar me confundindo!
— Eu sou a fadinha Lara,
Procurando uma mãezinha,
Filha de um Akpalô,
Desses que conta historinha
De princesa e de magia,
Para qualquer criancinha.
— Procure em outro lugar
Uma mamãe disponível,
Porque, eu não sou mamãe,
Creio que isso é bem visível.
Conversar com uma pedra
Para mim, já é incrível!
...
Cordel, Poesia, poemas, romance, literatura, Vendas de livros novos e usados, edição de livros de Cordel, editoração, diagramação, palestras, Lançamentos e eventos culturais, saraus, música, ...